Contudo mesmo com todo esse infortúnio quis fazer o curso primário reduzido no estado do Rio de Janeiro na Escola Martin Luther King para adquirir conhecimentos equivalentes ao quarto ano primário. Crê em Deus, mas não nas igrejas, porque em muitas ocasiões em que bateu às suas portas em busca de um prato de comida recebeu como resposta uma porta na cara ou então chamavam a polícia.
A forma que encontrava para sobreviver é curiosa e criativa, muitas vezes prestava serviços dentro de feiras livres e supermercados do Rio de Janeiro como carregador de compras. Naquela época dormia na rua, no bairro de Botafogo, debaixo do viaduto da Rua Rui Barbosa nas proximidades da Rua São Clemente e Voluntários da Pátria.
Em outras oportunidades trabalhou como porteiro de hotéis de alta rotatividade nos bairros da Central do Brasil e Leopoldina, lugares barra pesada em que se deve estar com os olhos sempre abertos para evitar problemas.
Informações levaram aquele jovem de futuro incerto para o interior do Paraná onde numa pequena cidade encontrou sua mãe a senhora Ana Malvina de Oliveira. Na viagem de volta para o Rio de Janeiro fez uma escala numa estação de trem em São Paulo. Durante a noite lhe roubaram a mochila e o dinheiro e sem condições de seguir viagem começou novamente sua rotina de morador de rua até que alguém se apiedou de sua situação e lhe indicou um lugar aonde seguramente iriam lhe dar um emprego. Precisam de paginadores para trabalhar no setor gráfico do Colégio Objetivo junto à Fundação Cásper Líbero na Avenida Paulista bem próximo ao Museu do MASP. Conseguiu o trabalho graças àquele diploma que conseguira no Rio de Janeiro e por mais ou menos dois anos se manteve naquele emprego.
Lembra-se emocionado que por não ter condições de pagar uma pensão ou albergue dormiu por muito tempo no próprio local de trabalho, à noite se protegendo do frio com algumas folhas de papel.
Depois disto voltou novamente ao Rio de Janeiro e conseguiu trabalho como motorista de caminhão através do qual viajaria o país, um privilégio que só poucos conseguem. Anos mais tarde e desta feitano Paraná viria comprar seu próprio caminhão e sua vida passou a ficar estável. Em assim sendo veio constituir sua própria família e conviveu com a esposa alguns anos, mas tempos depois em função de filoso-fias de vida diferentes se separou da esposa que ainda lhe presenteou com um filho muito amado de nome Gabriel Ferreira de Oliveira.
Suas primeiras experiências políticas deram-se no ano de 1982 quando com muito orgulho foi cabo eleitoral de nada mais nada menos que Leonel de Moura Brizola para o Governo do Rio de Janeiro, num evento muito importante que foi o Encontro Nacional da Consciência Negra paraninfado pelo PDT. Aí o gosto pela política despertou de vez, em suas andanças como caminhoneiro foi a Rondônia e lá participou ativamente da campanha eleitoral para Rita Furtado, Ivo Cassol e Valdir Raupp.
No desempenho de sua função como caminhoneiro ficou muito conhecido em Maringá e Região e já pelo município de Paiçandu; foi um dos mais importantes articuladores da campanha eleitoral que levou Haroldo Françozo ao cargo de Prefeito do Município. Ele se recorda de que Françozo lhe pedia alguns conselhos para poder beneficiar ainda mais a população da cidade. Uma de suas mais importantes idéias da qual Roque é o idealizador foi a criação das Associações de Moradores de Bairro. Logo depois surgiria também a UNIPAN – União das Associações de Moradores de Paiçandu que foi lançado pelo prefeito Haroldo Françozo em seu mandato de 1989 a 1992.
Apesar de ser Brizolista e fã incondicional do PDT teve que se contentar com sua filiação no PSC porque o PDT segundo ele estava inviabilizado. Em sua primeira eleição no ano de 1996 foi o Vereador mais votado. É... Parece mentira que aquele menino de rua iria chegar tão longe.
Político muito talentoso e de muita garra, sua história ainda continuou por mais três mandatos consecutivos, sendo que em 2000 se elege novamente pelo PSC, entretanto nas eleições de 2004 e 2008 se investe da sigla do PTN para ganhar as eleições. É o único Vereador remanescente da legislação anterior, sendo, portanto o único entre seus pares que conseguiu se reeleger e desta feita numa disputa bastante acirrada.
No âmbito da Câmara Municipal de Paiçandu preencheu todos os cargos possíveis de todas as comissões que compõe a Casa Legislativa. Ainda nesse histórico período houve um fato inédito no município que culminou com a cassação do Prefeito Moacyr José de Oliveira onde, Waldomiro era uma dos membros que compunha a Comissão Parlamentar de Inquérito, e o prefeito, através de um escrutínio secreto, foi cassado.
Nosso nobre vereador honra a classe política muito em função de seus movimentos em prol da busca de resultados para a população indefesa. Como no caso dos mutuários que foram beneficiados com o indulto do Governo Federal no Projeto Margarida onde cerca de 400 proprietários de imóveis foram beneficiados graças às ações de Waldomiro em conjunto com a sociedade. Sua fama correu toda região e mais tarde mutuários de outros municípios o procuraram e tiveram seu amparo e sucesso na resolução do mesmo problema.
Outra causa que sensibilizou o vereador era a cobrança indevida de DDD para os usuários que efetuavam ligações de Paiçandu para Maringá e num esforço hercúleo colhem cinco mil assinaturas para acabar com a cobrança indevida de DDD. Ainda fruto de suas ações como representante do povo na Câmara é responsável direto pela instalação da Caixa Econômica Federal, uma lotérica e a agência do INSS dentro do município.
Sua prioridade de mandato atual é a redução das taxas de rede de esgoto que estão próximas a 80 por cento e em moções encaminhadas a candidatos ao governo do estado solicita que a redução desses impostos venha compor o rol de propostas dos candidatos a governador pelo Estado do Paraná.
Um de seus maiores projetos é que seja instituído um controle mais rigoroso sobre empreiteiras que constroem loteamentos com má qualidade de serviços. Principalmente quanto à colocação de bocas de lobo e recapeamento asfáltico. Ele pretende que a Prefeitura cobre isso das empreiteiras e que elas observem as normas de implantação de serviços principalmente quanto à qualidade, tamanho e espessura das tubulações armadas. E recomenda ainda que a Prefeitura não repasse ao contribuinte eventuais reparos sobre serviços mal prestados pelas empreiteiras.
Bem essa é a incrível história de um menino de rua, acredite se quiser ou então vá até a cidade de Paiçandu e constate nossa narrativa in loco.
Não poderíamos encerrar esta incrível biografia sem deixar escrito aquilo que Waldomiro Roque de Oliveira é e exige que coloquemos:
Ator, Cantor, Compositor, Instrumentista, Humorista e Feio.
Fonte;http://www.liderancas.com.br
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