Isso fica claro na entrevista que ele concedeu ao jornal suíço Le Temps, antes de receber o prêmio de Cidadão Honorário de Paris. "Eu tenho alertado o PT ter paciência, porque nós temos que esperar 4 anos", disse ele. "A não ser que ele (Bolsonaro) cometa um ato de insanidade, cometa um crime de responsabilidade, a gente então possa fazer o impeachment dele, mas se não fizer isso, nós não podemos achar que nós podemos derrubar um presidente porque não gostamos dele. Não podemos", defendeu.
Lula também falou sobre o processo de 'lawfare' (perseguição judicial) a que foi submetido. "A impressão que eu tenho é que foi montada uma quadrilha para transformar um inocente num chefe de quadrilha. Para a minha condenação o procurador utilizou um power point que não dizia nada com nada- Ficou uma hora e meia apresentando o power point. Depois do power point, depois de dizer que era uma formação de quadrilha ele diz: não me peçam provar, eu só tenho convicção. Só por isso ele deveria ter sido exonerado, a bem do serviço público. Não, não foi. Eu imaginei que o Moro que apresentava-se na imprensa como uma pessoa justa, séria, fosse recusar a acusação. Não. Não só aceitou como me condenou por um crime chamado fato indeterminável", afirmou.
O ex-presidente também falou sobre o teor dos discursos que fará. "Eu vou falar das desigualdades e de mostrar o que acontece neste momento com a democracia brasileira. Eu vou te contar uma coisa, eu cometi um erro muito grave no Brasil, isso aos olhos da elite brasileira, que foi permitir que os pobres conquistassem um mínimo de cidadania, e por isso eles não perdoam e por isso esse processo todo de perseguição", afirmou.
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